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Raízes e fronteiras: série em áudio em 5 episódios

Raízes e fronteiras: série em áudio em 5 episódios

A Universidade de Strathclyde (Escócia) em parceria com a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos lança a série Raízes e Fronteiras. Em cada episódio, os povos que vivem em uma determinada região da Amazônia contam como enfrentam as fronteiras de projetos destrutivos que limitam o bem viver.

Escute o novo episódio: A exploração do trabalho de haitianos no Mato Grosso

Raízes e Fronteiras narra os desafios e histórias de luta de comunidades, brasileiras e imigrantes, que são impactadas pela invasão e destruição de seus territórios por projetos que se instalaram na região amazônica para explorar as riquezas naturais da região. Em nome do lucro, muitas pessoas tem sido forçadas a deixar suas casas, famílias, terras, cultivos, pescas.

Apesar disso, essas pessoas seguem resistindo ao crescente autoritarismo e ao avanço da destruição da natureza para lutar por melhores condições de vida que os conectem à seus, saberes, histórias e dignidade ancestrais.

Raízes e Fronteiras é um podcast elaborado com depoimentos das pessoas afetadas por estas situações. Os áudios foram coletados pelos autores e autoras dos seis artigos do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde  e Rede Social de Justiça e Direitos Humanos.

Cada episódio foca em uma temática específica, passando pela construção da hidrelétrica Belo Monte, as empresas da cadeia de alumínio no Pará, mas também a luta de trabalhadoras rurais para reconquistar a terra e de mulheres imigrantes em busca de trabalho no Acre e a superexploração de haitianos em Mato Grosso.

Os episódios tem duração de cerca de sete minutos cada e vão ao ar semanalmente, às segundas-feiras a partir de 3 de maio. Além de estar disponível nos websites do Centro de Economia Política do Trabalho da Universidade de Strathclyde e da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, a série também será distribuída por whatsapp para as comunidades onde os depoimentos foram gravados.

Lista de episódios

Episódio 1: nossa vida era o Rio Xingu (Data de lançamento: 03/05/21)

  

 “O rio morre e a gente também vai morrendo aos poucos. Porque o rio era nossa alegria, nossa vida. O rio tá doente, todos que dependem dele também estão doentes.”

A Volta Grande do Xingu, no Pará é uma área rica em fauna, flora e minérios. E é também o lar de 23 comunidades; de pescadores, ribeirinhos, agricultores, além de povos indígenas aldeados e não aldeados. Natureza e povos foram impactados com a construção da hidrelétrica de Belo Monte e são agora ameaçados com a instalação da mineradora canadense Belo Sun, que pretende explorar o ouro da região. Neste episódio, moradoras e moradores da Volta Grande falam dos impactos que sofrem e sobre a ligação que possuem com o rio Xingu.

Leia a transcrição deste episódio: R​a​í​z​e​s​F​r​o​n​t​e​i​r​a​s​#​1​.​p​d​f

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro baseado no artigo Nossa Vida era o Rio Xingu, de Ana Laíde Barbosa e Josefa de Oliveira Camara da Silva, capítulo do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde.

 

Episódio 2: De territórios de vida a zonas de sacrifício (Data de lançamento: 10/05/21)

  

“A gente bebe um copo de água ou ele tá com chumbo, que é aquela água branca, ou ele está com caulim, que é aquela água mais branca igual um leite, ou ele está com soda cáustica que é vermelho igual um suco de goiaba. O rio Murucupi tá morto.”

Empresas que atuam na cadeia de produção de alumínio migraram de países ricos para a África e para a América Latina, trazendo os riscos, desastres e as contaminações para o sul global. É o caso de mineradoras de bauxita, como a MRN e a Alcoa, da refinaria de alumina Alunorte, e da fábrica de alumínio Albrás. Essas empresas se instalaram em Barcarena, Juruti e Oriximiná, no  Pará, expropriando comunidades inteiras que dependiam do território para viver. Neste episódio de Raízes e Fronteiras, mulheres e homens  que habitam esses muncípios paraense relatam como o avanço da cadeia de alumínio vem afetando suas vidas.

Leia a transcrição deste episódio: R​a​í​z​e​s​F​r​o​n​t​e​i​r​a​s​#​2​.​p​d​f

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro baseado no artigo Impactos da cadeia produtiva do alumínio sobre territórios tradicionalmente ocupados no Pará: os casos de Oriximiná, Barcarena e Juruti, de Thaís Borges e Maurício Torres, capítulo do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde.

 

Episódio 3:  A luta de camponesas pelo retorno à  terra no Acre (Data de lançamento: 17/05/21)

  

No terceiro episódio de Raízes e Fronteiras, camponesas e extrativistas acreanas que viviam na Bolívia e sonhavam em voltar para o Brasil contam sobre como conquistaram o direito à terra no estado do Acre.

Leia a transcrição deste episódio: R​a​í​z​e​s​F​r​o​n​t​e​i​r​a​s​#​3​.​p​d​f

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro baseado no artigo Mobilidade Territorial de seringueiros brasilvianos na fronteira do estado do Acre (Brasil) e departamento de Pando (Bolívia), de Maria de Jesus Morais (Ufac/CFCH - Geografia), José Alves  (Ufac/CFCH - Geografia) e Daniela Stefano. Capítulo do livro  Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em  2021 pela Universidade de Strathclyde.

 

Episódio 4: Os portões do Eldorado amazônico (Data de lançamento: 24/05/2021)

   

“O que queremos é trabalhar. Viemos com a mentalidade de que não vamos ser milionários ou algo assim, só queremos um trabalho estável, uma saúde adequada. Por isso decidi viajar ao Brasil.”
O legado do mito do Eldorado segue arraigado na construção contemporânea da região amazônica brasileira. No entanto, a realidade que mulhers encontram não é a da cidade de ouro, mas repleta de trabalho extremamente precário, frágil proteção social, desemprego e violência de gênero.

No quarto episódio de Raízes e Fronteiras imigrantes falam sobre as dificuldades que enfrentam em busca de reconstruir a vida na amazônia brasileira.

Leia a transcrição desse episódio:R​a​í​z​e​s​F​r​o​n​t​e​i​r​a​s​#​4​.​p​d​f

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro baseado no artigo A Securitização dos Portões do Eldorado Amazônico: a proteção humanitária de mulheres imigrantes em Roraima e no Acre, de Rosbelli Margarita Rojas Pinango, Solene Oliveira da Costa e Francis Portes Virginio. Capítulo do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde.

Episódio 5: A exploração do trabalho de haitianos no Mato Grosso (lançamento da semana)

“O jeito de trabalhar no Brasil, sabe o que é ruim? Se você não sabe o seu direito, o pessoal não fala. Você pode trabalhar 12 por 12 e ninguém vai falar pra você. Mas se você já sabe aí vai reclamar seu direito.”


Em busca de uma vida melhor e de assegurar o envio de recursos para a família que ficara no Haiti, mais de 40 mil haitianos chegaram ao Brasil. No estado do Mato Grosso, a rota da imigração haitiana coincide com a rota da exposição à riscos químicos e de escravização. Imigrantes de países como o Haiti passam a preencher postos de trabalhos precários e ficam mais vulneráveis à exploração, incluindo o trabalho escravo contemporâneo. Nesse cenário, a organização coletiva dos haitianos pressiona o Estado e a social civil por mudanças.

No quinto episódio de Raízes e Fronteiras, haitianos contam sobre as situações de trabalho que são submetidos no Mato Grosso.

 

Leia a transcrição desse episódio: R​a​í​z​e​s​F​r​o​n​t​e​i​r​a​s​#​5​.​p​d​f
 

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro baseado no artigo “Exploração do trabalho e escravidão de
imigrantes haitianos em Mato Grosso”, de Bianca Vasquez Pistório e Luís Henrique da Costa Leão. Capítulo do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde.

 

 

Este projeto recebeu financiamento do Conselho de Pesquisa Econômica e Social do Reino Unido (ESRC -ES/S001417/1).

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