Há evidências crescentes de que as tecnologias em monoculturas de alimentos e bio-energia que prometem futuros de menor emissão de carbono estão aprofundando as desigualdades no acesso aos recursos naturais e nas relações de poder entre interesses corporativos e trabalhadores (rurais). Os conflitos localizados no Norte e no Sul estão surgindo em relação aos bens 'públicos' (sol, ar, água) e sua mercantilização transnacional para a 'economia verde' às custas das comunidades excluídas da tomada de decisões, mas frequentemente mais vulneráveis às consequentes mudanças econômicas e ambientais.
Neste trecho, investigamos os negócios emergentes de commodities primárias sob o prisma dos trabalhadores envolvidos nos nós de produção e das comunidades afetadas e resistindo à espoliação e à intoxicação causadas pelos avanços espaciais e tecnológicos em monoculturas e megaprojetos. Ao fazer isso, procuramos tornar alternativas visíveis e comprometidas social e ambientalmente - muito mais avançadas no hemisfério sul - relacionadas aos modos de produção nocivos, e facilitar o compartilhamento efetivo coletivo e horizontal de lutas e experiências no Norte e no Sul.